Você não precisa fazer um barraco nas redes sociais pra ser (bem) atendido

É inegável que reclamações inflamadas e cheias de palavrões e revolta contra empresas nas redes sociais viraram moda. E, sim, elas surtem resultado. Geralmente o problema do cliente é resolvido. Mas será que os barracos são mesmo necessários? Será que com educação e discrição os problemas também não se resolvem? Comigo deu certo (sem contar que dei uma puta duma sorte – tadinha da moça que me ligou). Vamos aos fatos:

Esses dias resolvi cancelar a TV a cabo, pois estava pagando quase 200 reais por TV+Internet e, com Netflix, torrent etc., quase não via TV. Tomei um café pra ficar acordado e conseguir enfrentar todas as gravações do atendimento da NET via telefone (até você chegar a algum atendente, dá tempo de percorrer a avenida Paulista inteira, caminhando sem pressa). Enfim, fiz o cancelamento e minha mensalidade cairia para 80 reais. Ótimo. No dia seguinte recebo a já esperada ligação do pessoal da retenção. A menina (tadinha) não queria me deixar cancelar de jeito nenhum. Eu estava de bom humor e não desliguei na cara dela (tadinha). Deixei falar, mas já havia avisado que não voltaria atrás. Até que ela (tadinha) finalmente ganhou minha atenção: “Nós podemos estar trocando o seu equipamento da TV por um que apenas melhora o sinal dos canais abertos e o senhor vai estar pagando somente 5o reais.” / “Mas 50 reais só pra ter o sinal dos canais abertos melhorado? Não, muito obrigado, mantenho o cancelamento.” / “Não, o senhor vai estar pagando 50 reais pela TV e Internet, com a velocidade que o senhor tem hoje!”. Bem, diante disso, obviamente, aceitei. A menina (tadinha) ficou de me enviar o protocolo via e-mail e desligamos. Dois dias depois e nada de e-mail ainda, e me dei conta de que ela (tadinha) não agendou nenhuma visita para estar trocando o equipamento. Fiquei desconfiado e resolvi tirar satisfações. Não estava a fim de enfrentar mais uma avenida Paulista de gravações, e lá fui eu pro Facebook. Muito educadinho que sou, optei por mandar uma mensagem privada.

No dia seguinte me ligaram. Dessa vez era uma moça que até sabia falar. Expliquei tudo de novo. O tal pacote de 50 reais para TV+Internet, obviamente, não existia, mas iriam apurar tudo e voltariam a entrar em contato. Dois dias depois, novo contato. Conseguiram ouvir a gravação da ligação e, embora a moça que me ligou (tadinha) estivesse completamente equivocada, eles iriam honrar o que ela (tadinha) me prometeu. Maravilha! Dei sorte de ter recebido a ligação daquela menina (tadinha, espero que logo consiga um novo emprego).

Tá, mas até aí eu nem teria por que sair xingando a NET. Eu tinha mais uma dúvida que uma reclamação. Calma, tem mais. Alguns dias depois, e isto:

Para não me alongar muito mais: me ligaram, ficaram de monitorar meu modem, ligaram de novo, constataram que realmente houve manutenções nos dias mencionados por mim mas que elas já estavam concluídas, mas que ainda monitorariam mais alguns dias e voltariam a me ligar. Ontem ligaram: disse que o problema tinha acabado e agradeci a atenção. Ela não me deixou desligar antes de dizer: “E nós vamos isentar você (sim, ‘você’, esta era do atendimento especializado e não era tão formal, ainda bem) da mensalidade da internet na próxima fatura. Você vai pagar apenas os 28 reais referentes à TV”. Só alegria (ainda mais se o sinal não voltar cair toda hora, por favor).

Diante de tudo isso, volto a perguntar: é realmente necessário fazer barraco em público pra ter seu problema resolvido? Sei não, hein...